18 de julho de 2011

Carta

Saudações de além mar, irmãos de tripulação.

A mais de um mês deixei o convés do barco em expedição com direção aos mares do Leste. Muitas coisas acontecerão desde então. E várias delas me trazem a memória o estimado veleiro e a sua tripulação. Não sei se o Árabe ou o Tai possuem, sei que o Inglês não possui, mas no nosso bom português existe uma palavra, que expressa esse singular sentimento, saudade. Sinto saudade.

O nosso Deus tem sido, absolutamente, maravilhoso. Eu estive na cidade do Cairo por um mês, foi um tempo muito bom. A maior parte do meu tempo estava empregado em ajudar a Família B., na procura e mudança para um novo apartamento. Essa procura é muito desgastante e estressante. Negociar contratos de aluguel com Egípcios não é tão simples. Mas graças a Deus eles encontraram um bom apartamento, e agora é a parte colocar as coisas no lugar e concertar algumas outras coisinhas.

Eu tive uma grande experiência com a Cidade do Lixo (Mokattam). Sim o povo mora literalmente no lixo. Pude conhecer alguns projetos que funcionam lá dentro, como: uma Escola, com cursos de Inglês, Informática e Árabe; Futebol com adolescentes; e um projeto de visitação às famílias. No projeto de visitação, as famílias (geralmente apenas as mães se envolvem) são responsáveis por manter a casa limpa e também ajudar os filhos com o aprendizado do Árabe. As famílias que cumprem os requisitos do projeto, recebem ajuda em dinheiro para auxiliar na educação dos filhos. Além da Cidade do Lixo também participei de um projeto de futebol com adolescentes refugiados sudaneses. Em todos esses projetos, no começo da aula, ao terminar a visita e antes do futebol, sempre tem Bíblia! Palavra viva de Deus. Em em cada um desses projetos eu pude compartilhar o que Ele tem falado comigo.

Agora é uma nova etapa, Tailândia. Eu cheguei aqui no domingo a tarde e passei os 5 primeiros dias no escritório, conheci algumas pessoas que trabalham por aqui, inclusive uma brasileira, M.. Pude passear por Bangkok conhecer um pouco da cidade e do budismo Tailandês. A "coisa" aqui é bem diferente do Brasil, não tem esse negócio de Católico ou Crente nominal não, ser Tailandês é ser Budista do pé roxo.

Na quinta-feira a noite fui para Chachoengsao, dormi lá e vim de carro com o M. e a sua família, a L. e a R. para Khong Wilai, eles me deixaram aqui e seguiram para Tak, mais ao norte. Ou seja, estou em Khong Wilai, uma vila na beira da auto estrada que liga Bangkok a Chiang Mai. Não consegui achar no mapa não, mas é ao norte de Bangkok. Hoje de manhã (sábado) fui a uma reunião de oração e conheci a i. E adivinha? Tem uma bateria lá. Depois de um mês ser ouvir o som e sentí-lo novamente.

Vocês estão sempre em meus pensamentos e orações. Sempre tem alguma coisa, tanto no Cairo quanto aqui na Tailândia, que me lembra os queridos marujos. Fiquei sabendo que a passagem dos coreanos ai foi muito boa. Eu queria estar ai com vocês, mas, não deu.

Atos 6:1-4

"Ora, naqueles dias, crescendo o número dos discípulos, houve uma murmuração dos helenistas contra os hebreus, porque as viúvas daqueles estavam sendo esquecidas na distribuição diária. E os doze, convocando a multidão dos discípulos, disseram: Não é razoável que nós deixemos a palavra de Deus e sirvamos às mesas. Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete homens de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, aos quais encarreguemos deste serviço. Mas nós perseveraremos na oração e no ministério da palavra."

O quê? "homens de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria" pra servir às mesas?

Isso mesmo! Esse foi um dos primeiros textos que mexeram comigo depois que saí do Brasil. Eu preciso ser um homem de boa reputação, cheio do Espírito Santo e de sabedoria, para ser servo!

É isso ai!

Rumo à intenção de Deus e sem jogar a vida fora.

Do auxiliar do descascador de batatas da cozinha do barco, Arthur.


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09 de Julho de 2011 / 14:41

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